Perigo: roçadeiras transformam-se em estilingues
A ordem para os motoristas e pedestres é, ao deparar-se com uma dessas roçadeiras aparando a grama de alguma via, fazer desvios para evitar riscos equivalentes aos proporcionados por crianças e jovens desocupados, vítimas da negligência familiar e do Estado, que arremessam pedras para todos os lados, seja de forma manual ou com estilingues, para acertar aves ou apenas fazer arruaças. Mas os carros que já tiverem sido estacionados nas áreas próximas às regiões contempladas com os reparos antes de estes se iniciarem e as construções situadas por perto, como casas, estabelecimentos empresariais, comerciais e até os de responsabilidade da própria gestão municipal (escolas, hospitais, postos de saúde, sedes de órgãos administrativos etc), bem como as pessoas que ocupam-nos, podem tornar-se alvos de pedras e outros materiais sólidos que podem ser disparados acidentalmente pelas lâminas dos maquinários ao serem atingidos por estas.
Os objetos podem atingir velocidade igual à de um projetil de arma de fogo, o que lhes confere o poder de causar grandes danos em vidros de carros e edificações, telhados e até às luminárias públicas, se forem projetados para cima, e lesões a pessoas, que podem ser graves se afetarem os olhos, por exemplo. E também as próprias roçadeiras podem ser danificadas se suas peças entrarem em contato com esses corpos estranhos, que, da mesma forma, podem ferir os operadores dos equipamentos.
Certamente esses equipamentos de proteção que podem ser instalados em cortadores de grama, roçadeiras e similares ou no entorno da área onde as máquinas são usadas para evitar o arremesso de materiais sólidos que estiverem em meio à vegetação não são sofisticados, o que demandaria poucos recursos necessários à sua compra e uso. Porém, a Prefeitura de Ouro Preto do Oeste está passando por uma crise política provocada pelo afastamento de seu chefe, Alex Testni, que, junto com outros políticos e empresários, estaria envolvido em um escândalo de corrupção no governo estadual, desmantelado pela Operação Ludus, deflagrada pela Polícia Federal no início do último mês. E, com isso a administração municipal, comandada agora pela vice-prefeita Joselita Araújo, pode estar enfrentando falta de dinheiro até para essas coisas mais simples, tendo que investir o que estiver disponível em áreas de maior importância, como saúde e educação, tanto por causa dos valores que teriam servido de vantagens a ser oferecidas aos envolvidos quanto dos repasses que podem ter sido suspensos pelo Estado e a União a fim de evitar que as contribuições dos cidadãos do restante do estado e do país sejam mal empregadas ou até se percam devido às desordens geradas por essa brusca mudança administrativa. Se agora realmente não for possível adquirir os equipamentos de proteção para os aparadores, será preciso orientar os trabalhadores a, antes de começar a poda dos gramados, vistoriá-los completa e atentamente para localizar e remover, manualmente ou com auxílio de pás, os detritos sólidos, procedimento muito comum em trabalhos desse gênero em residências. Assim, os funcionários podem esforçar-se para proteger a si mesmos, os cidadãos, seus patrimônios e os bens públicos dos riscos trazidos pela falta de cuidado por parte dos gestores da cidade, a quem realmente cabe a responsabilidade em garantir a seus contribuintes o direito a viver com o mínimo de perigos e perturbações possível e ver suas contribuições tendo resultado ao ser aplicadas na implantação e melhoria, sempre que necessário, dos serviços que utilizam e não são de graça, apesar de não serem particulares.
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