A solidez do inédito nível de apoio que Lula recebeu para voltar aonde já esteve

Enfim, sinais de justiça para as brutais mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips! A exploração predatória da Amazônia mostrou-se em uma dimensão de que ninguém necessitava para brindar-lhe o recebido repúdio global com essa demonstração da vulnerabilidade a implacáveis represálias de qualquer um que canse de apenas assistir, até de fora do Brasil, o seguimento dos abusos contra os recursos naturais e as populações nativas do bioma. Mais um ponto em favor do presidente Lula no seio de sua vitoriosa peleja vislumbrando conquistar eleitores nacionalmente e apresentar-se amigável aos grantes atores internacionais na reversão do padrão anárquico permitido pelo antigo governo nas responsabilidades ambientais, bem como em outras áreas do interesse público. Ao mesmo tempo, o ex-mandatário agraciado com mais quatro ou oito anos na cadeira-chefe do Planalto há de perceber as restrições a que essa aliança ampla para a remoção democrática dessa gangue deve submeter suas expectativas de retomar antigas práticas administrativas devido às quais ele e seu partido haviam sido escorraçados dando lugar à mencionada trupe.

Dias depois de soados os alarmes a respeito do paradeiro do entendido em populações de origem pré-colonial, antes empregado da Funai, e do comunicador estrangeiro que há muito tempo tinha no Brasil seu lar e ponto de onde colaborava com renomados órgãos midiáticos como The Guardian, a Polícia Federal colocava suas mãos sobre os primeiros suspeitos do que era averiguado inicialmente como um talvez reversível sumiço das vítimas. Em consequência de alguns dos encarceramentos, dos irmãos Amarildo e Oseney da Costa de Oliveira, estes se viram sem alternativa a revelarem o desfecho que ninguém desejava para os desbravadores e qual sua participação no encerramento da saga. 

A caçada aos potenciais culpados alcançou até o cabeça de um bando armado atuante na pesca ilegal e no tráfico de drogas, detido em julho pela Polícia Federal com respaldo judicial por flagrante uso de documentos falsos. A identificação pela PF de elementos que confirmam isso que era especulado, que poderá ter utilidade na fixação da cabível pena graças à recaptura desse experiente transgressor da lei após sua soltura condicional em outubro, aproxima o órgão de uma esperada ruptura de limites percebidos em seus afazeres pelo senso comum após os inúmeros episódios de interferência pelo ex-presidente na composição de setores da entidade participantes de investigações em desfavor de filhos e aliados.

Em prejuízo à integridade de nossas riquezas verdes as referidas manobras são um dos fatores que retiravam qualquer inibição às ambições mercantis dos operadores de esquemas de desmatamento, garimpo e pesca abusivos e traficantes de armas e drogas que encontraram no agora ameaçado panorama prático de terra sem lei proporcionado à Amazônia um sereno trecho para as rotas por onde esses itens chegam dos fronteiriços Peru e Colômbia. Outra base de sustentação para dito contexto ofertada por Bolsonaro é a proposital desestruturação do Ibama e da Funai, seguindo no trato com o resguardo de recursos naturais e dos povos nativos ligados a estes a um ponto que os tornava seus remanescentes e mais vulneráveis guardiões. Ao conjunto de setores da economia ilegal beneficiados pela redução no aporte de recursos destinados a manter a estrutura material desses organismos e retirada de seus servidores aptos e dedicados não cabe contemplação alheia à beneficência do precedente chefe de Estado nacional, por completo distinta de uma das principais promessas por meio da qual captara votos em 2018, para com o crime organizado e a corrupção (aqui estão os detalhes de como essa traição se deu). Isso fez-se concreto em consequência de ter-lhe sumido a coragem para respaldar um andamento pelo Legislativo de propostas endurecedoras de penas até sua aprovação e sancioná-las, por ter validado proposições com efeitos antagônicos e em virtude de permitir que até criminosos renovem legalmente seu arsenal através da retirada de cruciais normas direcionas a assegurar o acesso a armas o mais exclusivamente possível a cidadãos mental e juridicamente aptos.

Em consecutivos recordes a degradação ou total retirada da cobertura vegetal avança por vastas extensões da Amazônia. Em parceria com a dilapidação deste tipo de fonte de subsistência, a contaminação infligida a outros recursos necessários para a nutrição de comunidades indígenas e ribeirinhas por dejetos oriundos de garimpo intrusivo suprimiu em níveis jamais presenciados a capacidade de sobrevivência de populações autóctones em inúmeras regiões, a exemplo do contexto em que o corpo gestor emergente encontrou os yanomamis em Roraima. A sua frente, os causadores propositais do fenômenos contemplavam entidades fiscalizadoras debilitadas sob medida para eles. Líderes comunitários e comunicadores com poder de influência para muito além dessas terras tampouco eram páreo para suas capacidades de "defesa". 

No âmbito nacional a ofensiva antiverde não era tudo no bojo da aversão popular ao então ocupante do assento. Seu volume adquiriu as percebidas dimensões graças ao simultâneo papel da antes mencionada traição de populares anseios por guinadas para sentidos corretos nos princípios que guiam o funcionamento do setor público, dos vulgares esquemas de desembolso e uso do patrimônio pecuniário de importantes ministérios, do inesquecível teor da responsabilidade adotada pelo Executivo federal quando, em sua rota expansiva pelo globo, um tormento sanitário açoitou nosso oaís e do interesse desse líder em uma ofensiva contra o sistema eleitoral e as instituições e diretrizes que asseguram o cumprimento de seu dever caso o placar da vontade popular captado por eles não o favoreça devido a tal conjunto de imperícias.

Vencendo no segundo turno após tornar-se a única alternativa para quem queria destronar aquele governo com votos válidos após já figurar como favorito entre as opções disponíveis no primeiro turno, Lula, empossado, começou a fazer passar de uma mera expectativa uma reconciliação com os países provedores de fundos destinados à preseevação da Amazônia, descontinuados após clarificar-se o desprezo de Bolsonaro e seus subordinados pelo compromisso com a integridade da floresta que atraía de volta ditos financiamentos. A visita, em novembro de 2021, dessa figura dotada de anterior histórico de chefia da nação a líderes europeus, que os expusera às promessas que eles só viam viáveis em um governo substituto para desafios de origem nacional cujas dimensões não ficam imunes a acompanhamentos de fora de nossas fronteiras, também era um prenúncio de vitória cantado pelo eleitorado petista. Contudo, sob o clima de tensa vigilância dos caminhos pelos quais a atual liderança perseverava em conduzir o Brasil, sua substituição não convencerá a União Europeia e outtos poderes ocidentais da possibilidade de desligamento automático de seu alerta para com a disposição do provável sucessor para endereçar com as apropriadas políticas as carências da população e permitir que a eficácia das medidas seja supervisionada de dentro e fora do Brasil.

O talento da equipe encarregada entre 2019 e 2022 da gestão pública federal na improdutiva aplicação das riquezas monetárias recebidas por eles do povo para a comum serventia revelou por descuido a seus adversários as dimensões em que é possível manter em marcha ditas condutas. Como freios a um interesse do novo governo Lula em retomar, com o auxílio do aprendizado proporcionado pelo vencido oponente, as práticas de governança responsáveis pela indignação coletiva que expulsara o petismo da liderança central em 2016 e frustraram sua tentativa de retorno em 2018, são aproveitáveis a atratividade dessa conjuntura de transição para um rigoroso acompanhamento pelas entidade estrangeiras e desentendimentos previsíveis entre os dois líderes da atual equipe governante  segundo as diferenças em sua trajetória na administração de necessidades coletivas teoricamente em prol de toda a sociedade.

Em seus tempos de poder sobre o estado de São Paulo e destacada presença no PSDB, Geraldo Alckmin era retratado como vilão pela esquerda em virtude da postura de seu governo sempre que o MST buscava fazer reforma agrária com as próprias mãos e, com razão consensual junto às massas, por consequência de escândalos em contratos firmados com corporações privadas a fim de expandir o metrô rw capital paulista e gerir o sistema de saúde e a alimentação escolar. A infalibilidade que o movimento agrário atribui à liderança intelectual de Lula sobre o mesmo o fizera silenciosamente invalidar todo seu histórico de turbulenta relação com Alckmin na esteira do anúncio pelo então candidato a mandatário nacional de que esse seria seu companheiro na exitosa disputa. A surgida disposição do líder do estabelecido governo e de seu assistente para um harmonioso trabalho será posta a prova pelo tamanho dos danos estruturais e financeiras que eles encontraram em múltiplos setores da administração, não garantidor de unidade entre as ideias a serem elaboradas pelos dois futuros gestores. 

Em tal contexto as pretensões por ambos de empregar as receitas advindas da tributação do trabalho e consumo dos brasileiros em prol deste coletivo num esforço para extrair, junto a aliados políticos e econômicos, ganhos particulares em meio a dito dever ficam susceptíveis a perder a coesão e a capacidade de não virem à tona numa extensão tão atraente ao escrutínio público. E se setores do poder que bate o martelo decidirem atuar na averiguação e posterior julgamento de hipotéticos novos escândalos de corrupção que provenham dessa nova administração petista, como uma continuação do "orçamento secreto" criado no regime Bolsonaro e não totalmente impossibilitado pelo STF, a existência das referidas condutas emergirá aos olhos dos poderes externos interessados em reavivar principalmente os mecanismos de proteção da biodiversidade nacional. É do conhecimento de Lula e sua trupe o tipo de atitudes acerca da operação assistencial que o contato com relatos midiáticos dos citados tipos de práticas pode desencadear nos poderes internacionais que se ofereceram para a missão. 

Outro item aguardado nesse novo governo, visto nas anteriores gestões petistas, cuja aplicabilidade desejada por seus componentes não está garantida em virtude da aproximação de potências livres com seu líder eleito é a cooperação com as políticas de nações como Venezuela e Nicarágua, com as quais não há sinal de que essas forças políticas e econômicas deixarão de se indispor. A certeza que as lideranças das mencionadas entidades políticas latino-americanas nutrem e impõem a seus povos de que suas demandas são prontamente aplacadas e a condução, por essas autoridades, dos processos eleitorais de maneiras que não permite à oposição galgar mais espaço no poder não avivam, nos gestores de Estados influentes onde não se procede assim, suficiente confiança para iniciativas de cooperação visando aprimorar as condições de sobrevivência das populações locais.

A busca pela observância de diretrizes com o propósito de induzir todos  os contingentes humanos a utilizar os recursos naturais de modo a facilitar uma ágil regeneração do que é renovável e adiar o desaparecimento das matérias finitas tem seu óbvio lugar entre as divisões do serviço público colocadas em perigo por regimes políticos de qualquer matiz filosófica em que abundem na teoria oficial e nas plataformas que a disseminam e escasseiam na vivência concreta êxitos na execução de políticas visando garantir a cada fatia populacional o nível de progresso socioeconômico que lhe é de direito e considerações pelo que a imprensa e a sociedade apontam que esteja acontecendo de modo errante no processo. Dessas mesmas autoridades mundiais político-econômicas certamente empolgadas com os primeiros passos desta equipe gestora na repressão a desmandos ecológicos e humanitários é imprescindível que provenham mecanismos que abortem qualquer imaginável tentativa por nosso atual presidente e sua equipe de concretamente brecar qualquer reprimenda que haja de vir contra seu homólogo nicaraguense Daniel Ortega face a similar benevolência para com os madeireiros e pecuaristas envolvidos na supressão da cobertura vegetal das selvas do país centro-americano apesar do constante aprimoramento das leis e normas endereçadas a esses infratores.

A comunidade internacional presenciou a destruição dos recursos naturais da Amazônia e da dignidade das populações nativas do bioma nos quatro anos de governo Bolsonaro sem poder retaliar sua cumplicidade com a desordem na medida que desejavam ao darem conta de que a referida anarquia com apoio oficial custara a vida de um jornalista estrangeiro que se dispusera a denunciá-la. Em relação a seus anseios por frear a saga destrutiva esses atores externos receberam primordial auxílio da maioria do povo brasileiro contrária à renovação do mandato de um presidente pra lá de avesso à sustentabilidade e outras pautas das quais depende nossa existência. No entanto o presente ocupante da cadeira-chefe federal e seu partido carregam resistentes manchas em sua reputação referente à lida com a coisa pública e a relação com governantes com parentesco ideológico cujo despotismo e falta de transparência levam a uma idêntica ineficiência na gestão ecológica. São fatores que devem motivar entre os provedores especial atenção às tendências nesses nichos de atuação governamental capazes de influir no destino dos montantes monetários a serem repassados no intuito de resolver uma crise ambiental com impactos não restritos a este país. Uma simples confiança nas declarações oficiais, com hipotéticas falhas no cumprimento dos compromissos sendo ignoradas, pode retardar o processo de reparo dos danos ambientais e fornecer ao bolsonarismo muito do que é capaz de ajudá-lo em uma indesejável reconquista do poder visando terminar de destruir, entre tantos itens, os recursos naturais!

Referências:

https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/alertas-de-desmatamento-em-fevereiro-na-amazonia-e-no-cerrado-crescem-e-batem-recorde-diz-inpe/


https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/02/garimpo-na-terra-yanomami-vive-inflacao-no-preco-de-voo-clandestino-e-busca-de-fuga-a-pais-vizinho.shtml

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/01/pf-conclui-que-colombia-foi-mandante-do-assassinato-de-bruno-e-dom.shtml

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/01/01/presidente-alemao-anuncia-35-milhoes-de-euros-imediatos-para-o-fundo-amazonia.ghtml

https://www.estadao.com.br/politica/bolsonaro-manda-suspender-dinheiro-do-orcamento-secreto-apos-lula-fechar-apoio-a-lira/

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/10/31/noruega-anuncia-que-vai-voltar-a-financiar-fundo-da-amaznia-aps-vitria-de-lula.ghtml

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2022/10/bruno-e-dom-apontado-como-mandante-das-mortes-colombia-paga-fianca-e-e-solto.ghtml

https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2022/10/5046605-buraco-esta-mais-proximo-de-rs-400-bi-diz-meirelles-sobre-rombo-fiscal.html

https://www.laprensani.com/2022/09/30/politica/3049989-el-dictador-ortega-sobre-holanda-no-queremos-relaciones-con-ese-gobierno-intervencionista

https://oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2022/noticia/2022/09/lula-e-bolsonaro-evitam-assumir-compromissos-e-nao-detalham-planos-de-governo.ghtml

https://www.estadao.com.br/politica/eua-negam-negociar-com-candidatos-e-dizem-que-reconhecimento-de-eleicao-no-brasil-vira-a-quem-vencer/

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/09/a-historia-pode-se-repetir-afirma-bolsonaro-citando-momentos-de-ruptura-democratica.shtml

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/07/embaixada-britanica-diz-confiar-nas-eleicoes-no-brasil-apos-ataque-de-bolsonaro-as-urnas.shtml

https://www.acritica.com/geral/policia-federal-prende-filho-e-irm-os-de-suspeito-de-ter-matado-dom-philipps-e-bruno-pereira-1.2o77939ariçãova umav

https://amazonasatual.com.br/mpf-denuncia-suspeito-no-caso-bruno-e-dom-por-falsidade-ideologica/

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2022/07/5020912-pf-prende-suspeito-de-ser-mandante-do-assassinato-de-dom-e-bruno.html

https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/como-o-mst-passou-de-inimigo-de-alckmin-a-seu-aliado-na-disputa-eleitoral/

https://veja.abril.com.br/brasil/caso-bruno-e-dom-expoe-como-o-governo-facilita-acoes-ilegais-na-amazonia/

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/06/15/justica-determina-que-funai-nao-faca-comentarios-que-desacreditem-trajetorias-de-desaparecidos-na-amazonia.ghtml

https://www.acritica.com/geral/pf-descarta-ac-o-de-organizac-o-criminosa-ou-de-mandantes-no-ataque-a-dom-e-bruno-1.273029

https://www.acritica.com/geral/alexandre-saraiva-cobra-atuac-o-conjunta-das-forcas-armadas-e-das-policias-na-amazonia-1.272866

https://www.acritica.com/policia/o-crime-organizado-venceu-afirma-assessor-apos-confirmac-o-de-morte-de-jornalista-e-indigenista-1.272915

https://www.laprensani.com/2022/04/28/derecho-humano-ni/2984946-cuido-de-reservas-naturales-se-queda-en-papeles-las-leyes-distan-de-las-acciones-de-proteccion-dice-ambientalista

https://www.diariodoamapa.com.br/cadernos/cidades/mulheres-do-amapa-estao-sendo-contaminadas-pelo-mercurio-dos-garimpos/

https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,pf-nao-pode-ser-envolvida-em-disputa-politica-eleitoral-ou-ideologica-diz-diretor-geral,70003918488

https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/o-pt-venezuela-e-nicaragua.html

https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,nao-foi-uma-absolvicao-diz-gilmar-sobre-caso-de-lula,70003685138

https://www.laprensani.com/2021/01/17/nacionales/2772582-regimen-autoriza-corte-de-pino-cedro-real-y-pochote-incluso-en-areas-protegidas

https://www.brasildefato.com.br/2018/08/24/da-merenda-ao-metro-os-escandalos-de-alckmin-que-nunca-deram-em-nada

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Omissões que soterraram vidas e sonhos

Justiça de novo em busca de garantias de retidão