Lula quase livre: o antes e o depois político e judicial disso

Elementos do último dia 8 deixaram o Brasil à beira de uma inédita reviravolta na conjuntura política e jurídica. Tomou distância recorde do equilíbrio necessário à lida da Justiça com casos penais nos outros poderes públicos a manobra com fugaz duração feita naquele domingo por um representante de uma parte politicamente comprometida da Justiça a fim de remover Lula de onde está graças a uma jornada penal em avançado estágio. Entre todo o contingente brasileiro de lideranças políticas de todos os blocos ideológicos e econômicas e cidadãos comuns hostis à lei o movimento lulista faz escola, para a preocupação da parcela dos ramos de Direito e Justiça ainda combativos por uma mais socialmente justa e exemplar abordagem disciplinar de enredos criminais.

Nas mãos de um desembargador plantonista no Tribunal Regional Federal da 4° Região a penalidade inclusive aumentada em 24 de janeiro para Lula pela corte gaúcha de segunda instância perdeu na teoria seu valor por um tempo suficiente para que a súbita muhistóricose revertida e não adquirisse efeito prático. Pouco tempo depois o desembargador João Pedro Gebran Neto, integrante do trio de juristas que no início do ano aprimorou com unanimidade a condenação aplicada ao petista por Sérgio Moro meio ano antes, e o presidente do tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, abortaram a ousada investida de Rogério Favreto contra uma providência já fortalecida pelo apoio de instâncias mais altas apesar de serem adicionais alvos de interferências da quadrilha vislumbrando recuperar o chefe.

O histórico de membresia de Favreto dentro do PT e de atuação em ministérios durante o reinado do partido se enquadra nas condições elementares de acesso midiático pelos brasileiros que se apoderam com firmeza de sua cidadania e os estrangeiros interessados em se ater a nossa realidade mediante os conteúdos de empresas e organizações independentes de informação mais próximos geograficamente do enredo e, por consequência, melhor familiarizados com ele. Saindo do partido quando Dilma lhe oferecera espaço do Judiciário, o magistrado tornava-se apto para exercer futuros favores como a recente decisão subversiva numa segura distância temporal quanto a indicações óbvias da chefia a que suas práticas estão subordinadas.

A parcela de ministros lenientes com os maus elementos petistas e de outros grupos, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, é a cota de influência que a sigla deixou no STF. Frente à firmeza do TRF-4, que só permite o esclarecimento de ambiguidades na sentença, e do STJ, a liberdade do beneficiado com o mais polêmico triples da realidade contemporânea brasileira escapou de ser descontinuada mais cedo que em 7 de abril, mas em função do adiamento motivado por uma viagem anunciada pelo ministro Marco Aurélio Mello no penúltimo julgamento de pedidos de habeas corpus anterior à inédita detenção de um ex-presidente. Contudo ainda se necessita cuidado com as direções em que as cartas do jogo podem ser postas pela dita fração desviante do tribunal contrária a encarceramentos na sequência de condenações em segunda instância se, como deseja o molusco, a ela for reservado mais um julgamento de um recurso da defesa contra pena no qual esta pode ser revogada junto com a inelegibilidade do réu.

Eis nisso tudo pistas de quanta habilidade e resiliência cabem aos bem-intencionados servidores da Justiça no combate a práticas extremas de apoiantes de Lula preso e os desejantes de seu retorno às ruas e o poder em paralelo a tal nível de permeabilidade de nosso sistema judiciário quanto aos quereres dos mais influentes alvos de seus procedimentos investigativos e designados para estimular mudanças no caráter. Antes de se entregar, o ex-metalúrgico portador de maus exemplos às pessoas em seu anterior status socioeconômico a respeito de como superar as mazelas e ajudar outros indivíduos a evoluírem percorria o sul do Brasil no intuito de reaver a simpatia das massas, cujas atitudes predominantemente expressavam rejeição, afastada, por tentativas de violência física contra o elemento, dos ângulos em que poderia alvejar o legado social e cultural da gerência da vontade comum pelo presidente emérito ávido por retornar, seu partido e outras lideranças e movimentos tanto amigos quanto adversários de igual índole. Tentativas de extinguir o fogo com gasolina nos vulnerabilizam à intensidade máxima estimável para as demonstrações pelos incendiários da vontade de, caso voltem aos mais altos postos da chefia federal, recuperar seus privilégios. A partir da agressão por um segurança da caravana a um repórter do jornal O Globo em Francisco Beltrão (PR) e de violência ainda mais grave de autoria de um ex-vereador de Diadema, na Grande São Paulo, contra um cidadão antilulista perto do Instituto Lula, na metrópole vizinha, além de ataques vandálicos (os banhos de tinta vermelha no fórum de Dourados, no prédio de Belo Horizonte, capital mineira, onde fica o apartamento da presidenta do STF Cármen Lúcia e, nesta terça-feira, na entrada do tribunal), dá para traçar um itinerário de futuros ataques ao equilíbrio apropriado para os direitos e deveres de cada cidadão e dos organismos públicos e midiáticos que detêm autoridade sobre o conjunto.

Da forma como se desenvolver a saga do mandatário emérito interessado em se reeleger no Executivo federal é prudente aguardar evidências dos próximos estágios da resistência ao potencial aprendizado com dito caso pelos malfeitores em geral de como direcionar o trabalho da Justiça a seu favor. Cobrando em postagem pessoal no Facebook a extensão da recompensa xadrez a Michel Temer, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, o delegado da Polícia Federal de São Paulo Milton Fornazari Junior provocou na corporação um incômodo no qual a mesma terá de ver base para enquadrar esses outros gatunos antes que ampliem seu poder subversivo sobre o aparato jurídico. Se julgados por um possível número ampliado de juristas dirigidos a seus cargos pelas tais figuras, sobrará generoso patamar de acesso a livramentos aos cidadãos desprovidos de poderio político e financeiro que transgredirem leis penais. Um indivíduo acusado de roubar um carro no Distrito Federal contra cuja prisão, anterior à de Lula, um promotor se posicionou se justificando com base no caso deste em atrasos na lida do Estado com o enredo inaugurou a benesse!

Os defensores jurídicos e partidários de Lula são quem no momento mais se engalfinha com o que ainda presta das instituições públicas e sociais. Configura-se uma batalha de cujos ganhadores o perfil, entretanto, delineará o que se pode esperar no tocante à susceptibilidade dos brasileiros honestos ao palpite de injustos no controle dos anseios políticos e socioeconômicos nossos.

(Reprodução:
http://www.folhadedourados.com.br/colunistas/victor-teixeira/lula-quase-livre-o-antes-e-o-depois-politico-e-judicial-disso#.W1jWSrDCMCY.facebook

Referências:
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https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/8451/em-desespero-defesa-de-lula-admite-a-corrupcao-e-propoe-tese-de-ultima-hora

https://www.cartacapital.com.br/politica/pf-gilmar-falou-com-aecio-no-dia-em-que-deu-decisao-favoravel-a-ele)

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