Juiz discrimina cultura afrobrasileira

Recentemente, o juíz Eugênio Rosa de Araújo, do Rio de Janeiro, causou polêmica ao não retirar da internet vídeos que ofendiam as crenças afrobrasileiras, como umbanda e candomblé. Segundo o magistrado, tais crenças não podiam ser consideradas religiões por não possuírem critérios para serem enquadradas nessa categoria, como a presença de um livro sagrado (como no cristianismo, que segue a Bíblia, ou o islã, que é baseado nos textos do Alcorão), estrutura hierárquica e um deus a ser venerado. O Ministério Público Federal recorreu da decisão de Eugênio.
Será que  esse juíz tem autoridade para dizer o que é ou não religião? Será que ele tem conhecimentos sobre o assunto? Certamente, para uma crença ou filosofia ser classificada como religião, não é necessário seguir todos esses padrões. Um exemplo disso são as crenças das civilizações antigas (Egito, Mesopotâmia, Grécia etc), que os livros de História consideram como religiões. Se o magistrado estivesse certo, estes também deveriam ser corrigidos.
Independentemente de seus critérios sobre o que é ou não religião, Eugênio deveria ter retirado os vídeos, já que ofendiam os praticantes das crenças afrobrasileiras. Ao deixar de tomar essa atitude, ele foi tão preconceituoso quando os responsáveis pelo material.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Omissões que soterraram vidas e sonhos

Justiça de novo em busca de garantias de retidão

A solidez do inédito nível de apoio que Lula recebeu para voltar aonde já esteve