Índios querem educação mais digna

A rodovia MS-156, entre Dourados e Itaporã, está interditada desde a quarta-feira por índios das aldeias Bororó e Jaguapiru. Eles exigem melhorias nas escolas das aldeias e valorização dos profissionais. Os colégios enfrentam vários problemas estruturais, como superlotação em salas de aula, falta de ventilação, iluminação, material didático e carteiras, além do mau estado em que se encontram os banheiros. E cerca de 800 crianças da região não estudam por falta de vagas. Antes deste bloqueio, os habitantes da área já haviam feito outro há vários dias.

Ao permitir essas situações desumanas nas aldeias indígenas, enquanto as escolas urbanas recebem os melhores investimentos, os governos municipais, estaduais e a União acabam discriminando seus habitantes. Aliás, nenhum grupo social merece esse tratamento! A igualdade de todos perante a lei, prevista na Constituição, não está sendo posta em prática. E não adianta o Poder Público realizar eventos para conscientizar a população sobre a contribuíção dos índios e de outras etnias em nossa sociedade e a importância do respeito a estas se o mesmo não o faz!

O mau estado das escolas traz riscos à saúde e à segurança dos alunos e funcionários e afeta o desempenho de ambos em suas respectivas atividades. Isso desestimula os estudantes na luta por um futuro melhor, fazendo com que muitos abandonem os estudos. A evasão escolar com certeza é um dos fatores responsáveis pelos problemas sociais enfrentados por essas duas comunidades, como as altas taxas de violência.

É claro que esses protestos com bloqueio de trechos de estradas causam muitos transtornos a quem as utiliza para se deslocar de uma cidade a outra a fim de, principalmente, trabalhar e estudar. Mas essa é talvez a melhor maneira que os indígenas encontraram para chamar a atenção do Poder Público para suas reivindicações. Se até nós brancos trancamos as vias públicas de nossas cidades para pedir a resolução de problemas, por que eles não podem? Se não quiserem que esse tipo de manifestação torne a acontecer, os governos municipais e o do estado devem realizar ações com objetivo de atender às necessidades dos moradores das aldeias; novas escolas têm que ser construídas e as já existentes necessitam de reparos.

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