Terror, destruição e mortes em presídio
Acho que a rebelião foi causada pela combinação desses fatores. Os presos já estavam com a mente perturbada em razão das condições a que eram submetidos e provavelmente haveria ocorrido alguma hostilidade entre integrantes de organizações criminosas que teria sido o estopim para as barbáries. Se o motim fosse motivado apenas pela insatisfação dos apenados com a estrutura do presídio, suas consequências talvez não seriam tão desastrosas assim. O governo paranaense foi negligente e, como consequência, ocorreram em Cascavel praticamente as mesmas barbaridades registradas em outras penitenciárias brasileiras, como Pedrinhas, no Maranhão. Agora, a administração estadual com certeza terá que arcar com os gastos resultantes da rebelião, tais como reparos no estabelecimento penal e pagamento de possíveis indenizações às vítimas ou a suas famílias, no caso dos mortos. Os cofres públicos terão prejuízos com essas despesas, o que vai afetar os investimentos em melhorias nos serviços destinados ao povo. Teria sido muito melhor se o Estado tivesse tomado atitudes para prevenir todo esse caos.
Pelo Brasil inteiro há muitos complexos prisionais que, em vez de ajudar os criminosos a recuperar sua dignidade, trsnformam-nos em monstros, que aterrorizarão ainda mais a sociedade quando deixarem a prisão. Nesses estabelecimentos, as condições estruturais são insuficientes (falta ou deficiências no preparo da comida e nos serviços de limpeza, dificuldades em manter projetos que ofereçam educação e trabalho aos reclusos, e tantos outros) e/ou as celas estão superlotadas; esse último problema é resultado das ineficazes investimentos em ensino, segurança pública, projetos sociais para a juventude e combate às drogas, além da falta de interesse em tornar mais duras as leis do Código Penal e fazer reformas no trabalho da Justiça. Com tudo isso, a criminalidade continua a aumentar, piorando a situação tanto nos centros de detenção quanto fora deles.
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