Estacionamentos aumentam, mas quantidade não significa qualidade

O número de estacionamentos particulares no centro de Campo Grande, aqui no estado, está aumentando. Mas muitos deles estão irregulares por falta de documentação e estrutura adequada, como cobertura e banheiro (dos quais pelo menos um deve estar adaptado para ser usado por portadores de deficiências); alguns funcionam em terrenos onde antes haviam construções antigas que foram demolidas. Um dos fatores que contribui para o crescimento da abertura de estabelecimentos do gênero é o constante aumento da frota de automóveis na capital.

A elevação na frota campo-grandense faz crescer a demanda por vagas de estacionamento, incentivando a abertura de novos e melhorias nos que já existem. Isso é um prato cheio para quem quer abrir o próprio negócio; muitas dessas pessoas, porém, acham que, para possuir um estabelecimento, basta apenas ter um terreno, e não se preocupam em garantir bem-estar e segurança a seus clientes (que, muitas vezes, só estacionam em determinado lugar por causa do preço baixo, ignorando as condições estruturais do mesmo e tornando-se mais vulnerável a diversos tipos de problemas) e preservação da qualidade de vida da população.

As autoridades do município têm que intensificar fiscalizações e, se preciso, criar normas mais duras para garantir que os estacionamentos funcionem de modo que os clientes possam gastar o dinheiro de seu trabalho utilizando um bom serviço e que evite impactos negativos à sociedade; o povo também precisa ajudar nessa tarefa, escolhendo bem os locais onde vai estacionar e comunicando os governantes caso se deparem com irregularidades. Também deve-se investir em melhorias na eficiência do transporte coletivo e mudanças na estrutura urbana que estimulem o uso de meios alternativos de locomoção, como a bicicleta e a caminhada; apesar de darem lucros a quem cuida deles, os veículos individuais em excesso tornam o trânsito cada vez mais infernal e perigoso e agridem o meio ambiente e a saúde dos seres humanos.