Adolescentes matam amigo durante brincadeira

No último dia 5, foi encontrado enterrado nos fundos de uma casa no bairro Vila Concórdia, em Guarapuava, no Paraná, o jovem Bruno dos Passos da Silva, de 14 anos, que estava desaparecido desde o dia 30 do mês anterior. Isso foi possível depois que outros dois adolescentes, um de 15 e outro de 17 anos, confessaram que haviam matado Bruno acidentalmente e informaram onde estava o corpo. No dia do desaparecimento, Bruno estava na casa com os dois garotos quando encontraram uma pistola e começaram a brincar com a arma, que disparou, atingindo o rosto da vítima, que posteriormente foi sufocada até a morte e enterrada pelos amigos. Os menores foram apreendidos e encontram-se à disposição da Justiça.

Bruno tinha bons amigos! Além de ferí-lo seriamente ao brincar com arma de fogo, em relação ao manuseio da qual não tomaram os devidos cuidados e nem conhecimento tinham em razão da idade, os moleques, em vez de procurarem um adulto para levar o jovem para auxílio médico e depois o conduzirem de volta a seu lar, apressaram sua morte e esconderam o cadáver para dar a impressão de que nada havia acontecido. Então, a família de Bruno viveu dias de angústia sem saber o que lhe havia acontecido até que, em dado momento, talvez por terem sido de alguma forma pressionados ou por terem percebido a gravidade da situação em que se meteram, os garotos revelaram o que teria ocorrido. E a esperança deu lugar ao sofrimento e à revolta entre os parentes e amigos de Bruno, que não voltará mais para a casa, a escola e outros lugares que costumava frequentar. A situação também se complicará, daqui pra frente, na vida dos autores do homicídio; embora não recebam uma pena bastante rígida por serem menores de idade, os jovens enfrentarão pelo resto da vida as consequências de suas atitudes para sua reputação diante da sociedade, já que quem conhece os rapazes nunca se esquecerá da barbárie que fizeram e, através dessas pessoas, outras que não tiverem conhecimento do caso ficarão sabendo futuramente. É lógico que, se tivessem procurado socorro ao amigo, o que faria com que as circunstâncias que levaram ao ferimento fossem descobertas mais rapidamente, as coisas iriam complicar para o lado dos dois adolescentes, mas as consequências geradas não repercutiriam de forma tão negativa na vida deles e Bruno se recuperaria, trazendo de volta a alegria às pessoas de sua convivência.

Com certeza os "amigos" de Bruno não tiveram dificuldade em localizar a pistola. Ela sem dúvida estaria em algum lugar da parte interna ou de cima de algum móvel ao qual os moradores da casa teriam fácil acesso. Por ser mais sofisticada e, por esse motivo, exigir mais habilidade de quem a manipuna, esse tipo de arma tem venda e uso restritos a pessoas que a usam como instrumento de trabalho, como profi ssionais de segurança pública e privada. A pistola, então, pertenceria a algum habitante da residência, que possivelmente atua em algumas profissões ou, em caso negativo, a teria adquirido no mercado ilegal. A pessoa a quem pertence esse armamento precisa ser identificada e punida, com prisão e, caso faça parte de algum órgão de segurança pública, com a perda de seu cargo e outras medidas severas de acordo com as regras da corporação, por sua cumplicidade nessa morte, em virtude da falta de cuidados no armazenamento do objeto.

Certamente, antes de ir à casa dos "amigos", Bruno não sabia que lá havia uma arma de fogo e só teria tomado conhecimento disso no momento em que os pivetes a pegaram para brincar, dando início à tragédia. Mas, se um jovem se deparar com atitudes indevidas e perigosas por parte de seus amigos (como tráfico ou consumo de drogas, porte ou manuseio de armas, manobras arriscadas com veículos, envolvimento na criminalidade etc) ou ficar sabendo disso por meio de familiares ou amigos de bom senso, é recomendável que obedeça às advertências e evite essas companhias, cujos atos podem dar-lhe maus exemplos ou colocar sua vida em risco, podendo torná-lo vulnerável a situações que aumentem as chances de envolvimento em problemas com a sociedade e a polícia e que o tornem exposto a coisas que ameacem sua saúde e segurança, causando-lhe sérios problemas e até a morte.

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