Aluno fica entre a vida e a morte depois de festa clandestina em escola

No último dia 9, um garoto de 15 anos entrou em coma alcoólico após consumir bebidas durante uma festa de aniversário de uma colega na Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues, no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, aqui no estado. Ele precisou ser encaminhado pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa, mas passa bem. A direção da escola recebeu com surpresa a notícia de que havia sido realizada essa festa. A Secretaria de Estadual de Educação (SED) determinou a abertura de uma sindicância para descobrir como bebidas alcoólicas, que são proibidas nas escolas, chegaram ao recinto.

Não seria impossível fazer a festa em um lugar "escondidinho" e, muito menos ainda, em silêncio. Então, o evento pode ter sido realizado no interior de alguma sala de aula, no pátio ou na quadra de esportes, por exemplo, e, em virtude disso, testemunhado por estudantes (incluíndo os que não participaram da confraternização) e funcionários, como professores, zeladores, inspetores etc. Os organizadores da farra não pediram autorização aos profissionais e à diireção, mas estes, mesmo com certeza percebendo movimentações estranhas, nada teriam feito, nem para impedir a entrada das bebidas, e a gandaia rolou à vontade, pondo em risco a integridade física e mental dos participantes, dos quais todos ou a maioria eram "de menor" e um deles encheu o caneco até transbordar e quase não acordou mais.

Assim como esse garoto, outros estudantes podem ter ingerido grandes quantidades de álcool naquela ocasião. O cérebro e os neurônios deles ainda não têm maturidade suficiente para lidar com essa e outras drogas, o que pode levá-los mais facilmente à dependência (se é que isso já não está acontecendo com alguns desses jovens). Com isso, é possível que a vida social e familiar destes e seu desempenho nos estudos estejam sendo afetados, podendo estender esses transtornos futuramente à sua vida profissional e saúde. Por isso, se for comprovada a culpa dos administradores da escola, uma das medidas punitivas que a SED poderia aplicar seria obrigá-los a promover campanhas para alertar os alunos sobre os transtornos aos quais os entorpecentes, lícitos ou ilegais, expõem seus consumidores, quem com eles convive e toda a sociedade, além de encaminhar os que já têm histórico comprovado de alcoolismo e suas famílias a programas de assistência.

À medida que avança o tempo, a violência e as drogas estão cada vez mais presentes na vida de alunos e funcionários de escolas. É importante que as autoridades escolares sempre monitorem o comportamento dos estudantes e, caso sejam realizadas ações ou trazidos quaisquer objetos que possam render riscos, comunicar a Polícia, Guarda Municipal ou o Conselho Tutelar e os familiares dos responsáveis pela situação a fim de coibir ocorrências semelhantes. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a obrigatoriedade do Ensino Fundamental e Médio até os 17 anos, o que é necessário para que os jovens adquiram conhecimento suficiente para frequentar a universidade ou um curso técnico e conseguir um emprego melhor, que lhes possibilite realizar seus sonhos e oferecer condições de vida mais adequads a suas futuras famílias. Mas, nos dias de hoje, além dos tradicionais conteúdos ensinados nas salas de aula ou em vez deles, os dicentes estão sujeitos a aprender a seguir caminhos que podem conduzi-los à ruína. A tarefa diária de ir à escola e voltar dela cria muitos desafios e preocupações de quem a faz e de seus parentes, que conhecem as tentações às quais os jovens são expostos por "amigos" e temem que eles caiam nessas redes, apesar dos alertas que recebem, muitas vezes, exaustivamente.

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