Autoridades promovem repressão à perturbação de sossego

Nessas últimas semanas a polícia apreendeu três carros com som muito alto e conduziu seus respectivos donos à delegacia no interior daqui do estado. Duas ocorrências foram registradas há poucos dias do Natal em Rio Verde de Mato Grosso. Na noite do dia 21, uma Montana foi flagrada com som alto na rua Barão do Rio Branco, próxima à Praça das Américas, no Centro. Policiais pediram para o rapaz que estava na picape abaixasse o volume, ordem que ele chegou a obedecer, mas voltou a descumprir, sendo levado à delegacia junto com o veículo e os equipamentos. Na tarde do dia seguinte, pelo mesmo motivo, foi recolhido um Pálio da rua Maria Ferreira da Cunha pela PM e conduzido para a Polícia Civil junto com seu dono, que estava ingerindo bebidas alcoólicas. O caso mais recente ocorreu na tarde de ontem em Costa Rica. Um VW Gol foi apreendido na rua José Ferreira da Costa, na área central, após várias denúncias motivadas pelo excessivo volume de sua aparelhagem de som e posteriormente foi liberado para uma pessoa responsável.

Logicamente, grande parte das pessoas que gostam de reunir-se e ouvir música cm os amigos na frente de casa, em bares, espaços para festas e outros locais são cidadãos de bem, promovendo esses eventos com o próprio dinheiro, obtido através de seu trabalho, como recompensa pela função que xercem na sociedade. Algumas têm nessas atividades sua fonte de renda, como músicos, DJs e donos de estabelecimentos onde ocorrem. Quando em volume controlado, o som pode até tornar-se boa música para os ouvidos de quem mora ou trabalha nas imediações. Porém, é muito comum responsáveis por essas festas ignorarem o direito a tranquilidade de seus vizinhos, que também dão duro no dia-a-dia com o trabalho e os estudos, ou de exercer tais ações.

Além de prejudicar o exercìcio de atividades cotidianas, o excesso de barulho pode trazer riscos à saúde, como insônia, estresse e até doenças cardiovasculares e danos progressivos à audição. O pior é que, hoje em dia, o problema vai muito elém do ruído excessivo, pois está se tornando comum executar, em alto e "bom" som, músicas de vários gêneros que exaltam a criminalidade, o uso de drogas (não só as ilícitas, devido à apologia que se faz há tempos ao álcool) e comportamentos vulgares, desvalorizando, assim, a vida, a juventude e a diversão saudável. Isso acaba instigando a juventude, em especial menores de idade, que ainda não tem tanta capacidade para avaliar que atitudes devem tomar na vida e suas consequências para si e o restante da sociedade, a atos errôneos, e ofendendo as pessoas que têm consciência em relação a isso, como as de mais idade, pais e mães de família.

Essas situações podem ter espantado, em vez de atrair, clientes de estabelecimentos comerciais localizados nos pontos do centro de Rio Verde e de Costa Rica onde havia dois dos carros. No outro caso, além de oferecer, ao menos por enquanto, sossego à mulher que fez a denúncia, sua familia e toda a vizinhança, evitaram que o responsável pelo paredão, que estava fazendo uso de álcool, dirisse nessa condição em virtude da perda da capacidade de perceber que poderia colocar a si mesmo em risco, bem como outras pessoas, que seriam suas vítimas sem nem imaginar ou saber a situação em que o causador do desastre se encontrava.

Sempre que for solicitada ajuda por parte de moadores, os órgãos policiais precisam dar atenção a elas, além de fazer frequentes rondas durante eventos privados. Não só para coibir barulho exacerbado, mas também pelo conteúdo das músicas tocadas, já que o próprio Código Penal considera crimes quaisquer formas de incitação à violência e divulgação de material pornográfico, incluindo através de música, ainda mais em vias públicas, onde jamais deveriam estar sendo executadas. A lei restringe essas "manifestações culturais" e está ao lado do cidadão, que não é obrigado a passar por vexames ou ser intimidado por essas "artes" ou ver seus filhos, sobrinhos ou netos, principalmente se forem menores de idade, recebendo estímulos a práticas contrárias à educação que recebem em casa. E o Poder Público também tem que colaborar, no caso das festividades feitas por ele mesmo em áreas públicas, para que se iniciem e terminem cedo, preferencialmente antes da madrugada, o que é recomemdável às que não forem promovidos em fins de semana, a fim de evitar que os moradores tenham de conviver até altas horas com o ruído, que com certeza não pode ser diminuído pelo fato de grande parte das apresentações musicais serem feitas ao vivo e em grandes espaços abertos, e com badernas, confusões e riscos gerados pela intensa movimentação de pessoas e veículos e por marginais, estes que podem ser repreendidos com maior presença de policiais e guardas municipais, instalados em bases fixas situadas em locais onde é possível monitorar todo o movimento, ou melhor, circulando por toda a região.

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