Autoridade superior ao Executivo

Tarcísio Saulo Paiva (PDT), prefeito de Gurinhém, no Agreste da Paraíba, não aparenta tanto poder como o que lhe é dado de direito pelo cargo. Levanta-se a possibilidade de parte do comando do município ter sido conquistada irregularmente e sem a aprovação do prefeito pelo vereador petista Cassiano Ricardo após a repercussão de dizeres proferidos pelo membro do Legislativo afirmando "mandar" na Polícia Militar local e dar privilégios a seus agentes e a aliados.

Na presença de um paralelo entre esse pronunciamento do vereador e a realidade, os gurinhenses estarão sendo tapeados nas costas com a descoberta de que sustentam e são servidos por uma meia polícia, ainda beneficiada por um segundo auxílio, particular, referente a alimentação vinda do legislador, conforme o próprio afirmou naquela ocasião, em um programa radiojornalístico da emissora Constelação FM, da municipalidade vizinha de Guarabira. Favores determinantes para a repartição dos moradores em dois grupos segundo o tratamento merecido, com a inteira aplicação da lei a quem não participava do esquema ou lhe representasse ameaça (os opositores e o "povão") e fazendo "vista grossa" (ainda seguindo os dizeres de Cassiano) a desvios de conduta cometidos pelos camaradas. Isso não é o fim dos absurdos emitidos pelo político, faltando para completar a coleção o posicionamento do governador do estado Ricardo Coutinho {PSB) na relação de colaboradores, tratando-o como seu "peixe". A resposta ao evento pelo Major Jomário, do 8° BPM de Itabaiana, outra cidade próxima, ligado ao policiamento em Gurinhém e outros municípios, reafirmando o compromisso da corporação com a obediência aos padrões legais em seus procedimentos e determinando medidas para apurar essa suspeita, põem sob incerteza, entretanto, a fundamentação da existência desse pacto ilegal, cuja queda por terra se espera.

Sendo fantasiosas as declarações de Cassiano Ricardo, será justíssimo ele pagar (com a perda de considerável montante de seu patrimônio em indenizações à polícia ou uma significativa parcela de seu tempo de vida no xadrez) por ter falado demais! A mesma reação do Major Jomário necessita ser exigida do governador estadual, se inocente, a fim de confirmar defronte os eleitores e toda a classe política regional sua distância em relação a rios sujos como esse, o que é ideal no afastamento de desconfianças perante os paraibanos e no bloqueio de qualquer brecha à esperteza de possíveis opositores dispostos a vingar a derrota sofrida desbalanceando a gestão, prática nociva a muitos inocentes, o povo, sobretudo por causa da comum indiferença entre as supostas atitudes incorretas de governos apontadas por seus inimigos políticos e a postura assumida por muitos ao tomarem o poder, agravantes do status anterior por fundamentar-se na distorção dos objetivos do Estado para benefícios restritos aos comandantes da máquina pública e seus aliados.

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