Renas dando zebra

O frio vigorante nesta época na Noruega, tal como em outros países europeus e de outros continentes no Hemisfério Norte, teria talvez influenciado no baixo rendimento de discussões entre governantes nacionais e da Suécia ocorridas no começo de março em Longyearbyen, pequena cidade de cerca de 5 mil moradores que é a capital da ilha norueguesa de Svalbard, acerca da regulamentação do pastoreio de renas suecas em território norueguês, mesmo com as calorosas discordâncias entre os países, fronteiriços um com o outro. A ministra de Agricultura e Alimentação norueguês a Sylvi Listhaug qualifica a situação como insustentável. O governo do país teria posto mais lenha na fogueira com as ameaças de uso de helicópteros de órgãos alfandegários (ligados ao recolhimento de impostos) de segurança alimentar no controle da pastagem de renas (feita por vezes em locais proibidos) nas áreas próximas à delimitação com a Suécia, como o condado de Troms.

Os acordos a que se chegou em 2002, ano da última convenção que teria atualizado em conformidade com a época as regras previstas em leis norueguesas da década de 70 para o pastoreio transfronteiriço das renas, apontam perda da força com que estabeleciam o ordenmento no curso das atividades produtivas. O intervalo de tempo entre aquela ocasião e o presente momento teve tamanho ideal para que nele se encaixassem mudanças a que podem estar sujeitos os métodos de domesticação dos rebanhos e as características sociais, políticas, econômicas e geográficas dos espaços onde são desenvolvidas, desencadeadoras de condições contribuintes na intensificação da complexidade das coisas, que pode ter ultrapassado as capacidades de eficácia das regras.

Isso, porém, não aparentaaparenta contar com pistas de ter sido o único fator culpável pelo desgaste das normas por conta da pouca contribuição da Suécia no funcionamento das mesmas com sua persistência no regimento deste campo econômico usando legislações de 1751. Desalinhadas as leis no quesito do nivelamento junto à atual realidade, a soma desigual de seus efeitos não estaria dando força às ações em acordo com a estrutura exigida para o cumprimento de seus objetivos na conservação da saúde e segurança do meio ambiente e dos rebanhos e populações (tanto as envolvidas no ofício pastoril quanto as que convivem com estes) existentes nas áreas fronteiriças onde se instalam os pastores.

Reagindo a essa problemática o governo norueguês propôe uma nova convenção com os suecos, proposta ainda não analisada pelos órgãos legislatiavos federais. E de convenção em convenção é provável que as discórdias entre as nações sigam se esticando, alternadas por passageiros alívios. Assim será, entre avanços pouco valorosos originários de reuniões convocadas após o agravamento dos atritos e onde se gasta tempo com acordos que logo perdem a funcionalidade e obrigam a organização frequente de outros eventoseventos, o futuro nesse ramo com a desconsideração pelas unidades nacionais da necessidadenecessidade de se elevar as leis aos padrões modernos e firmar parcerias para o surgimento de algum órgão específico para demandas ligadas à manutenção da ordem no desempenho responsável desse modo de trabalho pecuário, constituinte da identidade cultural dessa área nórdica.

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