Punir um crime com outro; há alguma justificativa plausível?
Que recaia a estes seres de personalidade todo o reconhecimento a seu papel social cabível! Não bastam os líderes governistas que, uma hora ou outra, acabam trazendo à superfície da opinião pública seu verídico propósito ao seguir uma carreira focada na garantia de direitos e deveres à população a fim de estabilizar sua existência, também dentre os membros da comunidade gente desse perfil? O panorama não inclui somente quem demonstra sua ignorância diretamente na prática, observado o apoio que estes "cidadãos" recebem das rasas análises de fatos feitas por certos profissionais da comunicação sensacionalista e pessoas comuns, incentivadoras do apelo à "pauleira" no contorno das cotidianas injustiças. Pelas redes sociais e seções de comentários em sites informativos de Rio Preto e região distribuem-se opiniões de internautas taxando os vândalos de "heróis" ou "mitos", sugerindo-lhes condecorações, como estátuas, e rotulando o mais recente radar danificado como "mais um bandido morto".
Nos protestos que proliferaram no território nacional em meados de 2013 os black blocs deram o ar da graça "punindo" o sistema político-econômico desigualmente justo avacalhando a propriedade privada (bancos e outros estabelecimentos empresariais) e os bens públicos {itens para sinalização do trâncito e lixeiras). De resposta, a maioria civilizada que foi pra rua, embora boa parte não aproveitara a melhor oportunidade para mudar o cenário político – as eleições –, negou ser representada pelos grupos baderneiros em precária sintonia com as questões estatais, o que os leva a se portarem pior que em matinês carnavalescas. Quase inteira é a certeza de haver entre os àquela época contestadores das rebeliões cérebros que no presente momento têm e expressam sem rodeios boas expectativas quanto à quebra dos radares. Que sentido tem essa elasticidade de consciência?
De onde vem a mobilidade dos repercussões de um ato sobre seu contexto? A prevalência dos valores estéticos dos protestos sobre a realidade por eles motivada e expressa no dia-a-dia é possível de ter originado o posicionamento contraditório.
As agitações majoritariamente pacíficas igualaram-se ao Carnaval, Réveillon de Copacabana e qualquer parecida ocasião festiva que nos projeta num ar positivo defronte a comunidade estrangeira, logo sendo desvantajosa a existência dos mascarados dos quais no início do ano seguinte atestaram isso ao disparar o fogo de artifício que feriu fatalmente o cinegrafista carioca da Band Santiago Andrade. Observado o regresso a que figuras públicas desonestas dispersas por entre os partidos nos conduzem, presenciamos nesse patriotismo simbólico com finalidade propagandista e nas baixas em tarifas de ônibus o relativamente sensível legado das idas às ruas em massa, pois Dilma e demais integrantes da quadrilha ganharam prorrogação de sustento por consciências murchas e pouco ou nada dispostas a se expandir empreendendo a busca pela libertadora verdade.
É nas pressões por nós encaradas em nossos afazeres costumeiros, lutando arduamente para aproveitá-las sob complicações como os desmandos governamentais nas áreas de sua responsabilidade, que contida está a essência de nossa realidade, sob pena de os turistas iludidos pela imagem utópica que daqui absorvem sentirem o contraste caso virarem cobaias involuntárias das experiências práticas de exposição a nossas mazelas. Serve de exemplo a cobrança por vezes abusiva de multas por certos trabalhadores e órgãos controladores do fluxo rodoviário, alguns deles chegando, segundo relatos virtuais, a apenas deixar o radar operando e consumir jogos eletrônicos em seus celulares. Mas esta justiça por conta própria, de sabida ilegalidade, adicionalmente tem sua confiabilidade frágil por não se saber quantos dos radares tiveram o emprego que justificaria os ataques, tendo a maioria móvel passado por diferentes equipes com distintas intenções, e em consequência de haver em dois dos atos indícios da recusa dos autores em pagar por erros legítimos. Os motociclistas em "altíssima velocidade", nas palavras ditas à polícia pelos operadores doaparelho atingido com um pedaço de madeira medindo mais de 90 cm pelo carona da moto, e especialmente o autor do chute contra o outro equipamento, pelo tipo de carro do qual descera, têm parte da responsabilidade pela cobertura heterogênea e seletiva de nossas leis que tratam os criminosos conforme seu poder de influência social. O que seria feito dos dispositivos se estivessem numa rua por onde passassem protestos?
O Estado, delimitando muito bem as competências de seus operadores com os bens que utilizam para tal função, o que demanda intervenções do Ministério Público e congêneres entidades devido à (muitas vezes proposital) pouca energia dos governantes para dar o start no processo, e acertando no tamanho, medidas e disposição das vias e seus elementos pretendendo cortar o suporte às desculpas de quem reluta em de modo certo portar-se no trânsito e, assim, deve embasar campanhas educativas, e a população dando seu melhor para que tudo isso surta efeitos englobam duas frentes de luta contra a indústria das multas capazes de tudo se nelas for investido dessas maneiras. Fazer uma indústria operar com dificuldade ou até quebrar requer entraves à obtenção de matéria-prima e ao desempenho de sua mão-de-obra, estando no combate às antes referidas irregularidades o único contexto em que os sintomas da crise que atravessamos cooperam conosco.
(Alguns links de onde obtive as informações:
http://www.diariodaregiao.com.br/cidades/policia/homem-em-garupa-de-moto-d%C3%A1-paulada-em-radar-m%C3%B3vel-1.369006
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