O que a COP21 reserva para a França e o globo

No último dia 12 a batida de um pequeno martelo pelo ministro de relações exteriores francês Laurent Fabius frente a representantes de 195 países marcava em Le Bourget o fim de uma maratona de negociações em curso desde 29 de novembro, quando começou em Paris, que que gerou um muito comemorado acordo para amansar as mudanças climáticas. O estabelecimento de metas com objetivo de barrar a subida das temperaturas, ajudar na inclusão dos países emergentes ou pobres na decisiva batalha e futuros encontros para balancear a funcionalidade das antecedentes medidas é apontado como vetor de ganhos ao governo da França por motivo de maior proximidade com os ambientalistas. Se o lucro será distribuído entre a população francesa e o mundo, a certeza é irregular por causa das poucas semanas que intercalaram os atentados terroristas em Paris e o pontapé inicial na COP21, assim como da resistência dos países ricos (sobretudo os EUA) em tornar mais limpas suas monumentais capacidades econômicas.

Os entendidos em clima diagnosticaram em nosso planeta estado febril próximo do limite seguro. Mais 2 graus que forem acrescentados à temperatura de nossa casa comum e o futuro status de parâmetros como o nível das águas marinhas e a estabilidade no funcionamento de ecossistemas pode direcionar a força nossos olhos para a importância de frear o quanto antes o ritmo de aquecimento. As vozes a reclamarem atenção quanto a isso procederam sobretudo de países insulares, sob alto risco de inundações. Contribuíram em parte na obtenção do talvez principal compromisso firmado na COP21, permitir que a Terra se aqueça em até 1,5°C.

Vai o destaque também, só que negativo, à continuidade na indiferença das economicamente grandes nações a sua histórica responsabilidade pelas presentes ameaças climáticas. O fim dos trabalhos representara a remoção de um peso que os participantes começaram a levar no lombo já no instante final da maratona graças a dúvidas postas sobretudo por governantes estadunidenses sobre míseras formas conjugadas de um verbo a ser empregado em documento que ajuntava as deliberações. "Devem" ou "deverão" os países tentar ultrapassar o tempo na corrida para salvar a grande morada comum a todos nós? A delegação do Estado soberano que concentra na procura por vida noutros planetas o potencial científico funcional a nosso socorro defendia a primeira flexão do verbo, menos exigente, porém a vontade da maioria costuma exprimir mais parentesco com a verdade e os senhores da América do Norte têm a obrigação de também se engajar na menos complexa e mais urgente assistência à Terra.

O acordo histórico rendeu avaliações positivas à diplomacia francesa. A nível doméstico o reconhecimento coube aos setores ecologistas em sinais de retorno ao diálogo com a base governista. Através do que aprendeu na COP21 sobre o valor da consciência ecológica interagindo com as diversas realidades expostas pelos países, é a chance de Hollande se redimir da queda na popularidade na ocasião dos atentados de 13 de novembro, embora durante a conferência as condutas policiais antidistúrbios tenham dado ricas lições a nossa segurança pública graças às centenas de presos ao se pendurar e jogar tinta nos arredores do Arco do Triunfo e até desrespeitar a memória das vítimas do terrorismo sendo feitos de armas os adornos para homenagens na Praça da República por rebeldes sem justa causa que se insurgiam contra a polícia no primeiro dia do encontro.

Irá mesmo esse pacto estender o prazo de validade do planeta até que projetos de migração espacial se tornem viáveis? Na tecla do aquecimento global se bate há não pouco tempo, entretanto a supremacia do lucro sobre a preocupação com seu preço na questão ambiental e também sociocultural persite como guia desse sistema dominante. Concluindo, em nós, comuns, desprovidos de gorda fortuna e ambições em tê-la maior, está com quase total certeza a salvação de nossa espécie e as com que relacionamo-nos!

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