Reféns da pobreza e de um famoso comparsa

Teve de o presidente de Serra Leoa Ernest Bai Koroma apanhar no flagra um avião carregado de cocaína no aeroporto internacional da cidade de Lungi para a problemática das drogas ganhar mais enfoque político. Aos debates relativos a mudanças nas leis antidrogas foi atribuído caráter emergencial. A providência è contestada por Saa Matthias D. Bendu, envolvido em projetos acerca do tema, face ao valor que tem uma minuciosa avaliação do fenômeno com a participação popular. Lógico, visto o entrelace da questão com o panorama de todos os serviços oferecidos ao contingente humano do país e as explicações pela história dadas de como foi a caminhada da nação rumo ao que ela hoje é.

O berço da humanidade, quanto à origem de nossa espécie atestada pelo encontro nesse continente dos até agora mais antigos restos pré-históricos e sua influência cultural absorvida por povos distantes como nós brasileiros, é há poucos séculos um barril de pólvora! Dessa conversão, quem fora o guia? Nosso próprio alegado lar de origem foi arruinado por seus filhos residentes na parte ocidental do planeta, gabando-se do vasto poder econômico que adquiriram. Querendo introduzir na África seus valores dispares aos nativos, do mesmo jeito que em qualquer outro ponto da Terra que estes pés sujos pisaram, turbinaram as guerras já existentes entre povos de concepções pilíticas, financeiras, morais e religiosas dispares através da concessão de mais folgado acesso às armas de fogo e dos cataclísmicos rearranjos sociais no espaço.

Grande soma dos países africanos, configurados pelo sistema geográfico imposto aos habitantes originais pelos colonizadores europeus, luta contra as sequelas que se moldam ao passado, tomam forma com guerras em andamento, ou de ambos os modos. Assim se encontra Serra Leoa após 11 anos (1991-2002) de embates (conheça a história) entre o exército do Estado e o grupo paramilitar Frente Revolucionária Unida (FRU ou RUF, no inglês), este auxiliado pelo inescrupuloso (detalhes) à época presidente da vizinha Libéria Charles Taylor. Em síntese, o que marcou o perfil da organização foi sua brutalidade com os adversários (militares, estatais ou civis que eram agraciados até com mutilações em membros e partes genitais), vislumbrando mais o controle do garimpo de diamantes que a governança da nação.

Num ambiente cuja estrutura social estivera com tantas rachas e buracos assim, para a droga entrar bastou só um pouco esforçoso pulo! A grande cifra de mortos, mutilados e instalações econômicas ou de serviços arruinadas fez um oco nas perspectivas de futuro dos serra-leoneses, o qual muitos escolheram anular rendendo-se aos agentes da ilusão. Na verdade, a dinâmica da atual crise de drogadição (supondo que o problema já existisse por lá, como no resto do mundo) tem raízes naquele sangrento período, quando nem as crianças-soldado eram poupadas da oferta dos produtos que modificavam o psicológico dos combatentes no sentido de potencializar sua crueldade ou entretê-los nos tempos em que podiam recuperar as energias gastas com as bárbaras jornadas. Imposto fim à disputa, era hora de retomar a rotina civil nos limites do que a devastação permitia. Só que não foi possível dissociar os adictos de sua relação com as substâncias dominadoras.

Países desenvolvidos ou emergentes (caso do nosso) sabem empiricamente o que é possuir habitantes cuja vida é orientada apenas por vícios, destacando-se mais os legalmente repudiados. A suas dependências e à profundidade das medidas e que são capazes de recorrer para mantê-las, os escravos acorrentam junto a si quem co-habita seu dia-a-dia. Isso vem a se traduzir em crimes, acidentes ou deterioração da saúde mesmo de quem garante sua sobrevivência respeitando as leis que dão esse direito a todos os entes vivos. Tal observação dá pistas de que até leigos conseguem usufruir para entender o tamanho do martírio oriundo do mercado narcótico em lugares ao nível de Serra Leoa, que são o cume da ineficiência em serviços essenciais a população e onde sua quase íntegra parte não dispõem nem do equivalente a um dólar para se sustentar.

Em complemento à ruina educacional, empregatícia e legal (com as deficiências o sistema punitivo só dá conta de custodiar suspeitos de tráfico por reles 10 dias, como informado no link acessível no primeiro trecho destacado do parágrafo inicial) que anula efeitos de medidas para prevenir a renovação no quadro de dependentes químicos, o amparo a eles na referida comunidade nacional não se sustenta em razão de a inoperância política ter um golpe desferido em sua base, os tratamentos medicamentosos. O implante e manejo de centros para reabilitação com certeza fica à mercê das oscilações na qualidade dos fármacos entregues aos estabelecimentos. Há risco de ela se alterar por causa da fraca quantidade, estrutura e gestão dos espaços para estocagem, caráter desafiante exposto por Jack Lansana, diretor da Unidade Nacional de Aquisição Farmacêutica (NPPU, sigla em inglês) em um momento muito encaixável, um evento para o gratuito fornecimento fmde remédios a pessoas bastante necessitadas, entrando nesse perfil as mulheres grávidas e lactantes.

Os debates desafiados pelo presidente Koroma a correrem o quanto puderem rumo aos resultados giram em volta de enrijecimento da lei antidrogas de 2008 visando alinhalá-la com acertos entre as nações ali da África Ocidental. Já foi exposto o embaraço entre os elementos próprios deste incômodo e os adicionados fatores nos quesitos de saúde, educação, estabilidade trabalhista e igualdade no atendimento a quem dele precisa não considerando origens ou crenças, relações diplomáticas com a Libéria, entre outras coisas. Tida em conta a pluralidade de causas e, por efeito, de atitudes de que a situação é requerente, como será a linha de chegada que os decisores políticos anseiam atingir com tamanha pressa?

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