Tripla má cultura

Por que é recém-nascida, a contar da ocasião em que uma adolescente carioca foi tratada por alguns indivíduos como escrava de suas taras e interesse por fama, uma noção explicativa de crônico fenômeno? Veterano no comportamento de boa parte principalmente da massa masculina por influência da mídia que mais ainda reduz seu nível de consciência social já fraco por causa da tênue educação escolar com respeito ao tema, a "cultura do estupro" teve na garota só mais uma vítima após a qual muitas novas são previsíveis. O foco da imprensa nas agressões sexuais coletivas contra a menina em morro da Zona Oeste do Rio se abranda perdendo a oportunidade de ter levantado a curiosidade popular com mesmo vigor sobre as culturas da antiga inobservância de sucessivos governos municipais, estaduais e federais para com cidadãos vulneráveis a estas mazelas e a do julgamento impensado da ocorrência e de similares pela Corte de Fundo de Quintal (muitos espectadores) e até um representante da esfera pública

Da coletânea audiovisual e fotográfica em que as personagens masculinas manejam a garota de modo sub-humano não se importando com o alcance até internacional a que susceptibilizaram-se os registros virtuais, foi mais recentemente informada pela mídia em soma a presença de vídeo com o clamor da vítima para que fosse desarmado aquele circo de horrores. Evidenciado fora, por conseguinte, como único sinal de consentimento por parte da menor o cerceamento de suas capacidades defensivas, tendo os algozes a dopado.

A imagem da pré-adulta como legitimadora da opressão que sofreu através de seu histórico de companhias e atitudes é aceita por vasto contingente do povo brasileiro desde quando refletia a "posição oficial" em parte adotada pelos departamentos de segurança pública fluminenses, que poderia se solidificar integralmente como tal se os dois crimes imputados aos agressores (o estupro e sua propagação na internet) continuassem por conta de Alessandro Thiers, ex-titular da DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática). Pela deliberada entrega do cargo o investigador reconheceu a degeneração de sua idoneidade profissional que germinara de uma semente com duas distintas faces, o desinteresse do policial no uso de sua cultura para durante a labuta edificar um muro entre as opiniões impulsivas e as conclusões em acordo com a realidade, únicas utilizáveis nos expedientes, e um pensável erro dos superiores em colocar a sua frente interesses da investigação em maior volume que talvez o adequado para sua instrução (ao deixarem, além do web espalhe da barbárie, a própria). Não passa de acessório no preparo de quem se destina a elucidar tão pouco toleráveis crimes a obtenção de tenacidade maior comparado ao dos arranjadores de quebra-cabeças da verdade sobre ilicitudes restritas à abordagem cibernática deles?

Revoltante como seus desumanos requintes é a fertilidade do solo social para a imitação da trama. Só sendo careta, antiquado, retrógrado, boçal e qualquer rótulo similar cada vez menos receptível como ofensivo, e sim o oposto, para não beber das diversas explícitas fontes estimuladoras.

Sob cuidados escassos, fios elétricos desencapados ou superaquecidos constantemente por sobrecargas quando muitos aparelhos demandam sua corrente desencadeiam constantes ocorrências de incêndios ou acidentes com eletrocução. Os constantes estupros ou pressões de certos homens a mulheres com quem possuem reles intimidade (se tiverem) para satisfazer suas vontades (intenções enrustidas em atos como certos tipos de "cantadas" ou assédios físicos também ilegais) similarmente se dão como grata e proporcional resposta dos corpos comandados por mentes insanas à autenticação de seus funestos planos pela indústria do entretenimento de massa quando expõe com menos prudência o corpo feminino em capas de revistas e programas de TV e patrocina músicas dotadas de convite para os ouvintes ao sexo baseado nas vontades que vierem de imediato à cabeça.

Não obstante a rigidez permitida à soldagem dos conteúdos venenosos em muitas mentes por ficarem estas sob os perturbados ventos de influências criminosas e ineficazes oportunidades para uma vida mais aliada aos padrões humanitários (caso da adolescente carioca), sua dinâmica tóxica se vira na perpetuação ao fazer quem escraviza ficar satisfeito com a pobre alimentação ideológica e, assim, aliena de si o direito a participação ativa em atitudes que interessam garantir o zelo dos governantes para com toda a comunidade. Do jeito com que nosso sistema político tanto no nível federal como nas ópticas regionais sempre operou, a sugestão a governantes de regulações na lida dos veículos midiáticos com assuntos passíveis de controvérsias significa por conseguinte um golpe onde realmente dói no ego de representantes públicos que grande parte nossa rebocam a suas vontades em acordos amistosos com empresas de comunicação, cabendo destaque ao rádio e a TV, os mais perigosos meios para fazer a cabeças dos espectadores de forma maliciosa por poderem emitir material lúdico, alargando suas estratégias influenciadoras.

Em conhecimento mais requintado de seu efeito, o "sim" outorgado ao usufruto da sexualidade sem breque algum paralelamente ordena em silêncio a montagem de fileiras antagônicas, a ocupada pelos cidadãos que aproveitam esta "evolução social" para seguir suas vidas nesse vão modo e a de quem nada no rumo certo, contra a corrente induzida pelos adversários. Vem se desenvolvendo uma batalha entre as frentes pelo alcance da hegemonia social por seus respectivos valores, ou o fim absoluto de barreiras ao estravasamento dos impulsos pedintes de prazer intrínsecos a todos nós, ou a educação geral quanto à importância de examinar a compatibilidade de tudo que desejamos fazer com as ordenanças sociais de integridade valiosa a sua influência fundamental desde a fase pueril dos indivíduos.

Para além de sujeitos ou grupos que formalmente apoiam em instâncias políticas, culturais ou religiosas cada um dos tipos de ideias, as hostilidades de cada lado pela moral adversária também irrompem dentro de famílias, grupos de amigos e outros arranjos sociais à primeira vista não vinculados ao impasse, nos quais este costuma produzir, porém, efeitos mais próximos do que se vê em autênticos campos de batalha. Entre os combatentes havendo por vezes possessão por agentes psicoativos (álcool ou dregas ilícitas), naturalmente inapta capacidade para dosagem das emoções e/ou, em menos importância, baixo padrão de vida, não se registra ganhadores com o desfecho em irreversíveis danos à vida de muitas vítimas e nódoas na reputação em frente a seus semelhantes dos utilizadores de táticas como estupros e violência conjugal.

A opcionalidade na ligação entre os atrozes exercícios e o nível econômico ou os hábitos das vítimas e praticantes aparece em vários casos. Já aos 13 anos mãe, a personagem vítima do escândalo sexual no Rio viera de família de classe média, não lhe servindo as vantagens materiais de blindagem contra a perda da inocência e o acesso a drogas, maus rumos atribuíveis a fraquezas a serem apuradas na qualidade da educação parental e escolar – mesmo se ela tiver sido aluna de colégio(s) privado(s) –, que dinheiro não compra.

Como elemento de suas vivências inviáveis a um futuro digno, a garota frequentava assiduamente favelas e, para completar, tinha amizade com traficantes de drogas. Ponto aos seres que diagnosticam nas comunidades e seu povo como um todo a responsabilidade por ter a visitante desandado moralmente? Não, porque este posicionamento negligencia em sua montagem a luta honesta da maioria dos habitantes para superar suas mazelas, embora os progressos não surjam tão fácil devido à histórica cegueira de farta parte da classe política para com suas carências e o comando oportunista de muitos lugares assim pelos já citados mercadores do mal. Conhecido o tanto de capital que, em infeliz realidade, o narcotráfico movimenta, o que levaria um investidor do ramo a viver no mesmo nível de conforto que seus súditos? Outro detalhe, então, poderoso contra estas ideias que muitos engolem sem mastigar baseia-se no previsível desaparecimento das reuniões habitacionais irregulares caso todos os ocupantes topassem a "parada" com seus progressos financeiros à medida que passassem de uma função a outra mais imponente (por exemplo, de "olheiro" para "aviãozinho" e talvez cargos de chefia em quadrilhas).

Também requer mudanças de opinião a rotulagem de certas atividades como condicionadoras absolutas das mulheres aos ataques sexuais e o amparo às vítimas. Estupradas e mutiladas há mais de um ano por três menores e um adulto sob efeito de drogas em um ponto turístico de Castelo do Piauí, tudo o que motivara quatro garotas adolescentes (das quais uma faleceu dias depois) a se deslocar para lá foi um trabalho escolar. Pode-se imaginá-las entre as representadas num protesto de mulheres contra os estupros e outras formas de violência no último dia 6 na avenida Frei Serafim, em Teresina. Com seis dias de antecedência teve manifestação no Congresso Nacional, estando propostas contra o aborto até em caso de ultraje sexual – em desinteresse pelos sentimentos das vítimas ante o significado da gravidez inoportuna – entre os temas formadores da cultura do estupro.

Uma cultura que se sobrepõe a uma genuína e mais sadia, na acepção mais aceita do termo, do inglês Edward Burnett Tylor, como "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Quem nega sua existência e às vítimas concede a total culpa pelos infortúnios legitima o comportamento dos opressores diretos e ocultos, ignorando as terríveis experiências dos oprimidos enquanto não for o próximo!

(Onde este artigo foi reproduzido:
http://www.douradosnews.com.br/noticias/cidades/tripla-ma-cultura

http://www.artigos.com/artigos/20805-tripla-ma-cultura

(Conteúdos que inspiraram-no:
http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/em-conversa-pelo-whatsapp-delegado-desqualifica-vitima-de-estupro-coletivo-19395615.html

http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/delegado-substituido-em-caso-do-estupro-coletivo-19394261.html

http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2016-06-07/delegado-afastado-de-caso-de-estupro-pede-para-sair-do-cargo.html

http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/estado-sabia-que-vitima-de-estupro-coletivo-corria-risco-ha-3-anos-19412838.html

http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/em-conversa-pelo-whatsapp-delegado-desqualifica-vitima-de-estupro-coletivo-19395615.html

http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/video-no-celular-de-rai-mostra-que-implorou-para-nao-ser-estuprada-19448150.html

http://m.extra.globo.com/casos-de-policia/delegacia-conclui-investigacao-sobre-estupro-coletivo-indicia-sete-19527558.html

http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2016-06-17/policia-indicia-sete-em-caso-de-estupro-coletivo-no-rio.html

http://cidadeverde.com/noticias/221454/em-protesto-mulheres-pedem-fim-da-cultura-do-estupro

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/mulheres-protestam-no-congresso-nacional-contra-cultura-do-estupro

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cultura)

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