Concordância das menos pensáveis, em nome da satisfação comum

Surge um novo fator para bem identificar Mato Grosso, suscitando a esperança de maior distância entre o nome do estado e contextos linguísticos errados que o levam a ser confundido com a gente do Sul: o recebimento de um aumento de tributações pelo setor agropecuário mato-grossense. Respaldando o progresso em seu estado e sem quase nenhuma dúvida tendo pelo governo apoiadas suas expectativas de que a estrutura regional caminhe para frente, tomaram a decisão sem notórios fatos antecessores (caso haja) de aceitar taxações a mais para sustentar o FETHAB (Fundo Estadual de Transporte e Habitação).

O primeiro dia deste mês também marcou incipientes passos de providências tonificadoras dos embolsos pelo fundo. Na prática começava a se manifestar o compromisso mais exigente dos produtores rurais em remeter ao setor público parte de seus lucros. Habituais são projeções atentas à limitação nas bases monetárias da sobrevivência dos contribuintes que acompanha em maior parte reajustes assim, tendo em vista que os arrochos não trazem compensações absolutas na eficiência dos serviços estatais aos pagadores no Brasil. A isso se alia a presente convalescência financeira do país.

E vejamos porque a decisão merecia ser mais conhecida a nível nacional. Nada antes tão representativo à substituição das carrancas, discursos e pensamentos revoltosos contra a crise pelo esforço a fim de virar a página como a junção dos ruralistas ao Pacto por Mato Grosso sob liderança das autoridades estaduais. O ínfimo sentido da troca de Dilma Rousseff por seu vice Michel Temer na moralização política perderia em curtos períodos de tempo a exclusividade nos holofotes do senso comum e imprensa frente o proveito do conselho que o até agora interino ocupante do assento presidencial emitiu no qual é presumível inspirar-se a aceitação pelo segmento de manter-
-se na ativa a fim de gerar os R$ 100 milhões em que serão acrescidas as receitas do fundo (neste ano, de R$ 350 mil para R$ 450 mil).

Que tipo de consciência teriam estes plantadores de cultivares e criadores de animais recusando bancar a elevação nos valores de uma cobrança cujo pago até para eles estaria retornando positivamente, o que pode se intensificar com o incremento nas arrecadações? Ainda que seja parte do cansativo fardo tributário ao qual o setor deve fidelidade como membro do conjunto socioeconômico deste país, o FETHAB lhes assegura continuamente os meios para atender a essa batelada de compromissos quando, pelos reparos em vias públicas urbanas, estradas e pontes, guarda os produtores campestres de mais sufocantes gastos em transporte, envolvendo o acesso às matérias-primas e a disposição das mercadorias prontas ao consumo. Adicionando-se a facilidade no pagamento em que resultará a concentração em um único documento dos três tipos de cobrança referentes ao fundo, compreendendo óleo diesel e commodities (soja, madeira, gado…).

Com a probabilidade de se usar 25% das arrecadações majoradas em melhorias em escolas e hospitais, fica menos distante da realidade um prognóstico em torno do acesso a mão de obra melhor instruída e suporte médico muito satisfatório, quando a saúde privada não conseguir atender aos interesses dos ruralistas que nela acumulam confiança. Basta ainda relembrar o atualmente turbulento sistema socioeconômico brasileiro, que faz do FETHAB a tábua de salvação nesta e outras necessidades sob cuja pressão trabalham os prefeitos.

Mas voltemos, quem se inteirou de como transcorre hoje a dinâmica financeira estadual de Mato Grosso, a detalhes da situação em que o governo deixou neste tema setores diretamente relacionados com a gestão. Na peleja de Pedro Taques e equipe para retomar a ordem monetária a conta não fecha mais exemplarmente devido à falta no pagamento salarial de seus funcionários de zelo semelhante ao que contempla os ruralistas, mesmo com aumentos de receitas em circulação no estado que possam em parte incrementar a fortuna pública. O grito contra o desleixo retumbou nas recentes greves movidas por algumas categorias, sendo isso mais expressivo nos impactos da rebelião dos agentes penitenciários.

Repensar para melhor agir, evitando despesas que ultrapassem suas delimitadas necessidades perante a ordem geral, caberia aos governantes em prol de um frutífero Pacto por Mato Grosso. Convém-lhes deixar menos tempo possível fluir em iniciativas para fornecer aos servidores o que deles for por direito, motivando-os a também contribuir no saneamento econômico, após demonstrada a fundamentação das exigências no cotidiano que os proletários vivenciam com os transtornos oriundos das paralisações. Não é para se aceitar inerte a estas desordens causadas por gerentes públicos que desperdiçam vultosos recursos, tanto quanto o agravamento da erosão mercantil provinda da negligência estatal, teoria mais inocente para explicar o componente motivador dos acertos entre a esfera pública e os investidores agrários.

(Referências:
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=491824

http://www.rdnews.com.br/executivo/conselho-do-fethab-aprova-aumento-na-contribuicao-e-garante-r-100-mi/71954

http://www.midianews.com.br/politica/pagamento-do-novo-fethab-sera-em-documento-unico/267724

http://www.olhardireto.com.br/agro/noticias/exibir.asp?noticia=fethab-tera-documento-unico-em-mt-novas-aliquotas-comecam-a-vigorar&id=23706

http://www.folhamax.com.br/politica/fethab-assegura-investimentos-no-interior/91868

http://odocumento.com.br/opiniao/estado-tem-que-caber-no-orcamento,13003

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/temer-diz-que-nao-e-hora-de-falar-em-crise-mas-em-trabalhar

http://www.olhardireto.com.br/agro/noticias/exibir.asp?noticia=superavit-da-balanca-comercial-de-mt-e-29-maior-que-2015&id=23789)

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