Projeto estadual intencionalmente mal iniciado e inconcluso por guerra jurídica

Enquanto a cadeira presidencial é disputada sob certezas de alguma mudança em relação ao perfil atual de alcance do cargo, o prognóstico para nosso governo regional é de mais quatro anos sob o comando de Reinaldo Azambuja. Com uma dominante propensão a acertar, a tendência de ação de grande parte do eleitorado sul-matogrossense sinaliza alongamento do prazo que o mandatário terá viável para, por um caminho à margem da lei construído em parceria com uma parte da própria justiça estadual que o tucano abduziu na rota de seus interesses, concluir a edificação do Aquário do Pantanal, deixado ao léu após ser pivô de indecorosos conchavos desde a gestão antecedente que o idealizara.

Neste ano eleitoral a liderança do Executivo estadual recobrou a vontade de retomar as obras no futuro centro de pesquisa e ponto turístico após três anos mantendo esses trabalhos fora do conjunto de prioridades tanto atreladas ao bem comum quanto inerentes a aspirações pessoais. Guiado desde o começo para interesses que o idealizador e os executores não podiam nos revelar, esse investimento em prol do bem comum segue o retomado trajeto aos caprichos de piorados ímpetos. Para trás o hodierno corpo administrativo, conforme sua longa negligência seguida por um tão subitamente aflorado interesse, não deixou o espírito de ousadia certa da ineficaz censura plantado pelas manobras do precedente governador André Puccinalli e do empreiteiro João Amorim a fim de que a empresa deste, Proteco, usurpasse o direito a trabalho legalmente conquistado pela Egelte e por brechas no projeto do aquário a superfaturamentos.

Meses atrás Reinaldo pactuou com as lideranças do Ministério Público e Tribunal de Contas estaduais interpretações jurídicas flexíveis com a na verdade compulsória responsabilidade com a escolha mediante licitação das firmas a serem encarregadas do ofício. Ainda que por dois passos separados, se tendo convencido em junho um promotor e em agosto o chefe Paulo César dos Passos, o MPE se desmobilizou do conchavo frente às irregularidades remontantes ainda à era Puccinelli indicadas pela CGU (Controladoria-Geral da União) que deixam livre e plano o caminho para o que Azambuja desejar aplicar de estranho à reta essência da legislação. Mas, a fins de setembro, surgiu o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), com seu aval à dispensa de jornada licitatória, reequilibrando o tamanho do amparo recebido pelo lado mais intrépido da peleja.

Por causa do risco de a maioria do povo lhes tirar o papel agonista no governo sul-matogrossense, Reinaldo e seus vassalos mobilizam-se contra o filtro legal a que devem ser submetidos, para consolidar uma credibilidade, os acordos entre instituições públicas e a iniciativa privada para o bem das necessidades socialmente universais. Mas talvez o apoio de Jair Bolsonaro esteja angariando êxitos predominantemente ao tucano, representando a extensão da discórdia entre o governo e setores da justiça local sobre a fidelidade do transcurso dos afazeres no aquário às normas e, assim, da degradação a que o projeto se sujeitará com a instabilidade nos entendimentos e do consequente preço final das benfeitorias.

Qualquer sendo o substituto de Temer, é quase certa a continuidade da imprópria condução pelo governo sul-matogrossense, ainda com esforços buscando obter legitimidade jurídica, de um projeto monumental controvertido desde o início, previsível para quaisquer outras atribuições públicas. Antes de anunciar suporte a esse governador, o presidenciável colocado em ascensão por seus posicionamentos que facilmente extrapolam os limites racionais contra a malandragem dos movimentos políticos genéricos e suas consequências na máquina pública e entre nós deveria ter se enteirado disso. A falta de curiosidade a respeito dos feitos dos apoiadores dispersos pelo país que a imprensa regional mostra pode dar nós na verossimilhança da mítica figura!

(Referências:
https://www.midiamax.com.br/politica/2018/pdt-alega-invasao-de-bolsonaro-em-propaganda-de-azambuja-e-pede-punicao-juiz-nega/

https://m.correiodoestado.com.br/politica/pesquisa-aponta-reinaldo-azambuja-como-vencedor-das-eleicoes-em-ms/338558/

https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/tjms-derruba-decisao-que-proibia-conclusao-do-aquario-sem-licitacao

https://www.midiamax.com.br/politica/transparencia/2018/desembargador-suspende-liminar-que-proibiu-governo-de-retomar-aquario-sem-licitacao/

https://www.ojacare.com.br/2018/10/03/candidatos-usam-corrupcao-aumento-de-impostos-e-saude-para-atacar-reinaldo-em-debate/

https://www.ojacare.com.br/2018/09/20/empresa-aponta-ma-fe-de-governo-tucano-e-cobra-r-66-milhoes-por-aquario/

https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,bolsonaro-e-impulsionado-por-onda-anticorrupcao,70002485136

https://www.ojacare.com.br/2018/08/09/19494/



https://www.ojacare.com.br/2018/08/05/andre-usou-propina-de-r-10-milhoes-para-pagar-aquario-diz-dono-da-jbs/

https://www.midiamax.com.br/politica/transparencia/2018/juiz-aceita-pedido-do-mpe-ms-e-governo-nao-pode-terminar-aquario-sem-licitacao/

https://www.ojacare.com.br/2018/07/09/juiz-alfineta-governo-e-manda-licitar-conclusao-do-aquario-do-pantanal/

https://www.ojacare.com.br/2018/06/22/e-o-brasil-desembargador-ve-afronta-de-promotor-ao-cobrar-a-lei-para-concluir-aquario/

https://www.ojacare.com.br/2018/06/27/cgu-aponta-nove-pecados-capitais-no-aquario-que-era-monitorado-pelo-tce/

https://www.ojacare.com.br/2018/06/19/empresa-de-joao-amorim-recebeu-r-14-milhao-por-servicos-nao-feitos-no-aquario-diz-cgu/

https://www.ojacare.com.br/2018/06/18/18618/

https://www.ojacare.com.br/2018/06/12/projeto-malfeito-permite-desvios-promotor-exige-licitacao-e-mela-pacto-para-concluir-aquario/

https://www.ojacare.com.br/2018/06/07/para-liberar-r-38-milhoes-sem-licitacao-procurador-compara-aquario-ao-cristo-redentor/

https://www.ojacare.com.br/2018/03/21/para-dispensar-licitacao-governo-diz-a-juiz-que-demora-na-conclusao-de-aquario-causa-prejuizo/)

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