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Olarte Mandela, o atual líder da segregação social campo-grandense

“Grandes estadistas, grandes líderes, passam por circunstâncias como estas. Nós precisamos ter uma visão global de vida e da história. Porque não mencionar aqui os grandes homens e eu diria até Nelson Mandela. Quantos anos ficou na prisão e se tornou um divisor de águas pra história da África do Sul? Eu sou pequeno diante das forças daquele homem e são só cinco dias, não aproximadamente 30 anos. Mas eu acredito no poder de transformação, no perdão e no amor.” Assim foi parte dos agradecimentos do vice-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, ao deixar a prisão temporária no Presídio Militar, imergindo o nome deste herói e de outros a seu nível em circunstâncias distorcidas que favoreceram o réu e seus chegados no acesso mais flexível ao que queriam chegar. Os vestígios e efeitos delas vão tardar a desaparecer, entretanto, por terem se impregnado sem obstáculos justo nas engrenagens das máquinas encarregadas de sua limpeza. O governo Alcides Bernal, na sequência de sua eleição no pleit

Pegos desprevenidos

Tendo nós sul-matogrossenses tanto acompanhado a trajetória da jornalista Priscilla Sampaio durante estes 7 anos em que se consagrou na TV Morena (após atuar na TV Campo Grande, hoje SBTMS), quem esperava o fim de sua missão, iniciado na passada segunda-feira e selado dois dias depois, há exatamente uma semana? Em sua idade (32 anos), também começava uma família, com uma boa saúde que até onde sabemos teórica e cotidianamente não permitiria a repentina infecção respiratória e renal que resultou em seu falecimento. Os clamores por um aprofundamento das estratégias de trabalho preventivo e curativo (quando o resultado que a palavra sugere é alcançável) pelos órgãos e empresas públicos, privados ou filantrópicos ligados à saúde são reforçados pela luta do corpo médico designado para cuidar de Priscila em salvá-la e as hipóteses sobre a procedência dos males que levaram a este incomum e lamentável desfecho. Repórter, chefe de reportagem e âncora de telejornais, Priscila cruzou o caminho d

A dupla identidade de um país quase vizinho

O Chile vem se apresentando como um Japão e uma cópia do Brasil na sequência do terremoto que sacudiu sua capital, Santiago, e a região do Norte Chico (em cuja parte litorânea ainda houve tsunâmi) no dia 16. A preparação dos chilenos essas ocasiões de emergência não deixou que as turbulências geológicas, embora medissem 8,4 graus na escala Richter, causassem tanto destroço, ficando reduzido a 15 o número de mortos. E o governo, até onde consegue suportar os tremores reflexos da queda de satisfação popular advinda de escândalos que não deixaram de repercutir nem na hora da catástrofe? Nepal, no último 25 de abril , Japão, em 11 de março de 2011, o próprio Chile e o Haiti em 2010 (respectivamente em 27 de fevereiro e 12 de janeiro), já foram gato e sapato sob o poder das forças tectônicas, que nestes episódios, com leves oscilações na intensidade, efetivaram mais seu instinto destruidor e assassino. O abalo que nem um mês completou ainda, por tão forte que fora quanto os antecessores,

Materialização da atual higiene sociopolítica

Do último dia 9 pra frente Campo Grande afastou-se a uma distância jamais vista dos padrões de eficiência da coleta e transporte de lixo, embora nunca tivera um alinhamento completo a ele. Nenhuma outra circunstância levaria a situação tão longe assim como fez a greve dos coletores e garis da empresa Solurb entre os dias 9 e 18 pela indisciplina municipal no fornecimento de boa remuneração e complementares direitos aos funcionários. Também graças ao subdesenvolvimento moral de parte dos moradores o que ainda não chegara a níveis satisfatórios involuiu na forma de montanhas de resíduos devido a seu acúmulo na cidade toda, chegando a toneladas. Tem já três semanas que a capital está mais do que literalmente um lixo! As duas últimas sucedem o retorno dos trabalhadores do asseio urbano, mas a passagem do tempo ainda não curou a ressaca que trouxe a inocentes dor de cabeça… por causa do futum nem um pouco bem recepcionado em momentos como as refeições, além da real calamidade a que sujeita

Consolidados vícios da grande mídia no jornalismo local

Transcorrendo, o tempo leva, pra glória da moral, o encanto popular que tinham as pautas jornalísticas encharcadas em manchetes trágicas e assuntos com ausente importância social, onde se encaixam os tititis em torno da vida dos famosos. A mídia se nega a ver essa massiva conscientização, estando entre os piores cegos. Ao longo das últimas décadas o poder que tem esses procedimentos dos gigantes midiáticos de nos indignar vem decaindo. Mas regenera-se agora com o desvio por veículos informativos como o Portal Meio Norte, do Piauí, e o Correio da Bahia, de seu obrigatório foco adotando essa postura quando escolhem o que publicar em suas fanpages no Facebook. A rede Record e o portal R7 são alguns dos principais empreendimentos da comunicação nacionalmente prestigiados que ainda sustentam essa linhagem de jornalismo desrespeitosa aos preceitos racionais e humanistas de análise e exposição de fatos que regem o ofício e são disseminados nas faculdades. Os dois provedores de conteúdo não

Quem tem cão pode caçar à vontade

Os adeptos de refrigerante, vinho ou pinga que dão preferência à produção regional não imaginavam haver suposto esquema de belicosa disputa pela tomada de parte da cadeia produtiva, uma das hipóteses para o assassinato do empresário e político Oscar Goldoni aos 66 anos em Ponta Porã no dia 15. Na sexta-feira e no sábado, mais três vidas são tiradas sem autorização da natureza – respectivamente, dois jovens paraguaios encontrados mortos na fronteira com o país vizinho, cada um com quatro tiros de 9mm e cadeado na boca, e um comerciante atacado em sua caminhonete por um atirador que o matou e feriu, sem risco de morte, sua mulher e filhos – de igual forma, tendo, porém, afastadas ligações com a morte de Goldoni quanto ao motivo. Não se diferencia do que acontece nas "outras" profissões a rotina dos pistoleiros, não descansando sem cumprir o que é demandado pelos contratantes graças às facilidades para o exercício da atividade que os governos de ambos os países terminaram legali

Proibido para menores, mas também só no papel

Apanhar em flagrante motoristas doidos para voar nas vias de tráfego coletivo tanto faz parte da rotina dos órgãos de policiamento que nem se espantam com os riscos individuais e coletivos aos quais os infratores dão carona. A isso são externos os (não tão) menos frequentes encontros com menores agindo dessa e de muito mais outras formas. Ao encontrarem um carro espatifado em frente a uma árvore (até sem o motor, que foi parar há vários metros à frente) e o motorista de 14 anos e uma passageira de 15 feridos (e ao lado de fora) durante a manhã do dia 6 em trecho da BR-285 próximo a Muitos Capoes, no Rio Grande do Sul, após o abordarem "no maior pau" e terem sua providência ignorada, agentes da Polícia Rodoviária Federal se deram conta da maior combinação entre o fim e os meios pelos quais foi involuntariamente atingido. A infância e a fase adulta são conectadas pela adolescência, ponte cujas condições interferem na travessia para o inevitável destino, efeito similar quanto a